28/09/2012

A Semana da Olivicultura e o novo consumo de Azeites no Brasil

Entre os dias 11 e 14 de setembro foi promovida a Semana da Olivicultura, onde ocorreram o III Encontro da Cadeia Produtiva de Olivicultura, projeto do Instituto Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e o VI ExpoAzeite, iniciativa da JKPG.
Sediados pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), os eventos foram muito significativos e  evidenciaram não só o avanço das pesquisas na área da olivicultura como o interesse geral do público consumidor em conhecer esse ancestral alimento em sua rica diversidade.
Com palestras, cursos de análise sensorial, degustação, gastronomia, exposição de azeites do mundo, além do III Concurso Harmonia ExpoAzeites, a avaliação final foi extremamente positiva, com intensa troca de informações sobre uma cultura na qual nosso país ingressa com ousadia e determinação.
Expositores das novas marcas que estão entrando no Brasil ou assediando o mercado mostraram ao público a enorme diversidade de um produto que, adormecido na memória do brasileiro, se assemelhava a uma herança sensorial imutável.
Azeites com sabores planos, sem nuances e intensidades sempre terão seu lugar e sua finalidade de uso, mas abre-se no mercado brasileiro a oportunidade para os produtos de excelência e artesanais, que apresentam uma riqueza nutricional e sensorial jamais conhecida por nós consumidores de um país, comumente julgado como periférico.
Esses são os primeiros passos de um longo percurso.   Tanto a produção brasileira, nova fronteira do agronegócio, como as recentes importações deixam evidentes um potencial de crescimento ainda mal dimensionado.  Nos últimos 5 anos o consumo anual per capita no país cresceu mais de 120% e passamos a consumir 270 ml em média.  
Tendo em vista a riqueza e diversidade de nossa culinária, assim como a grande receptividade da população para o produto, facilmente chegaremos a 1 litro per capita/ano, nos igualando ao número norte americano e nos aproximando dos japoneses (1,5 litros).  Os gregos são campeões, onde cada cidadão consome 21 litros em média.
Os produtos que agora começam a se apresentar no Brasil diferenciam-se dos tradicionais pela qualidade.  Ainda que tenhamos um grande percentual de misturas sendo vendidas como extra virgem,  já é possível encontrar em supermercados, delis e no comércio de alimentos em geral, azeites de boa qualidade que oferecem em seu conteúdo uma riqueza sensorial e nutricional incomparáveis.
Vale lembrar, que os grandes benefícios à saúde, atributos comprovados por inúmeras pesquisas, só são encontrados nos verdadeiros extra virgens.
Os eventos em Campinas deixaram claro que estão em curso positivas transformações no mercado.  Instituições como o IAC,  EPAMIG e EMBRAPA estão aprofundando suas pesquisas na área do cultivo, do aperfeiçoamento da produção e no conhecimento dos valores nutricionais provenientes dos frutos da oliveira.  As áreas de cultivo dobram a cada ano e a variedade de rótulos aumenta em proporção ao crescente interesse.
Um fato é certo, o caminho não tem volta.  Azeite extra virgem é a gordura vegetal não só mais saudável, mas também o alimento mais completo a nossa disposição, presente na civilização há mais de 6000 anos.
A iniciativa da JKPG, assim como a do IAC e APTA ao promoverem essa semana é louvável pela troca de informações e negócios que incrementam a produção e consumo, mas também e sobretudo pela responsabilidade de introduzir na cultura brasileira um ingrediente que tratará da saúde de forma preventiva, e enriquecerá sobremaneira a diversidade de nossa culinária.
O trabalho é árduo mas extremamente gratificante!

E.T: No site ( http://www.expoazeite.com.br ) encontram-se os resultados do concurso e os participantes dos eventos.